sábado, 31 de dezembro de 2011

Desejos Impuros - Parte 21 - O Afrontamento

Ainda chateada e confusa com a resposta de Thalita, desliguei o celular e andei a passos largos até chegar ao banheiro. Onde entrei, fechei a porta e conferi se não tinha mais alguém comigo. Depois disso, sentei na pia e comecei a pensar, refletir, tentar entender cada palavra que Thalita havia me dito naquela hora. "Nem tudo é o que aparenta ser", o que ela queria dizer com isso? Que Franco Rosenberg é um monstro, que ele primeiro seduz para depois devorar criancinhas e transformá-las em vampiros sanguinários, eu não acredito nisso. A postura, a confiança e a verdade que Franco passa para as pessoas e naquele dia em que olhei no fundo dos olhos dele, mesmo com ele sugando o meu sangue, eu pude ver que ele é uma pessoa do bem, ou nesse caso, um vampiro do bem. Eu não aguentava mais aquela agonia, eu precisava colocar tudo em pratos limpos, mas de que forma? Como se não bastasse o enjoo que eu estava sentindo agora depois de comer o lanche da cantina.

Desci da pia, lavei minhas mãos e saí do banheiro. Quando de repente apareci diante de mim, encostado na parede e de braços cruzadas, Franco Rosenberg. Dessa vez ele não estava nem um pouco feliz comigo e com certeza ele não veio até mim para discutir sobre o meu baixo rendimento em Redação. À primeira vista me assustei ao vê-lo daquela maneira, mas eu precisava enfrentá-lo. Então me aproximei dele e perguntei:

- O que está fazendo aqui? - Falei com a voz trêmula.
- Eu vim buscar você. Vamos temos pouco até chegar aos fundos do colégio. - Respondeu Franco me puxando pelo braço.
- Ei, espera. O que pensa que está fazendo? - Perguntei tirando sua mão do meu braço.
- Melina, você prometeu que ia colaborar. O que foi? Mudou de ideia agora? - Perguntou Franco ainda mais irritado, mas tão confuso quanto eu.
- Eu mudei de ideia. Eu não preciso fazer parte de um grupo que não me deseja ter por perto. - Respondi olhando nos olhos dele.
- Mas Melina eu preciso de você lá com elas. - Falou Franco tentando entender todo o acaso. - Tá bem. Olha, vou esquecer tudo o que aconteceu, vamos fingir que tocou o intervalo agora. Eu vou perguntar só uma vez. Você vem comigo? - Perguntou Franco estendendo a sua mão pra mim.
- Não. - Respondi em voz baixa.
- Melina eu estou querendo te ajudar, mas eu preciso que você me ajude também. - Falou Franco angustiado.
- Por quê? - Perguntei angustiada.
- O quê? - Perguntou Franco confuso.
- Por que transformou a gente? Por que colocou a gente nessa? Você não tinha direito nenhum de nos deixar assim. - Gritei com Franco, e nunca me senti tão mal por isso.
- E você acha que eu não sei? Você acha que eu não me sinto culpado pelo que aconteceu com vocês? - Perguntou Franco fazendo uma breve pausa. - Eu cometi o maior erro que um vampiro poderia cometer. Eu deixei que os meus instintos dominassem e governassem sobre mim. Sei que me comportei como um verdadeiro animal, sanguinário e sem escrúpulos, mas eu estou aqui. Tentando solucionar o erro que cometi. Mas não foi por um simples impulso que eu transformei você e a Carol em vampiras. Existe uma explicação.
- E qual é? - Perguntei interrompendo-o.

Quando senti uma terrível dor no estômago e caí de joelhos.

- Melina, o que houve? - Perguntou Franco me puxando pelos braços.
- Franco... - Falei seu nome e senti mais uma pontada dentro da minha barriga. Então comecei a gritar.

Franco Rosenberg perdido e desolado, mal sabia se me segurava pelos braços ou se calava os meus gritos. Mas ele sempre perguntava: "Melina, o que está acontecendo? Melina, fala comigo." De súbito caí no chão e tudo que estava a minha volta começou a girar. Eu estava sonolenta, mas as dores das pontadas na minha barriga não diminuíram, ao contrário, continuavam e cada vez mais fortes. Meus olhos giravam e giravam, ele não sabia o que fazer. Então meu corpo começou a se debater no chão e no lugar dos meus dois dentes normais nasceram às presas. A partir daí Franco já sabia o que estava se passando comigo e não era nada bom.

- Carol, Thalita. - Franco gritou as duas que logo apareceram.
- Segurem-na. Melina me escute. - Falou Franco enquanto desabotoava um botão e puxava a manga da sua camisa. - Eu preciso que você morda o meu pulso, você está fraca e precisa se alimentar. - Falou Franco aproximando o seu pulso da minha boca.
- Eu não conseguia falar, mas fiz não com a cabeça.
- Morda logo, Garota. - Falou Carol, a arrogante.
- Carol também não é assim. Melina você precisa morder o pulso de Rosenberg, vai ficar tudo bem. - Disse a doce Thalita.
- Vamos Melina, morda. - Falou Franco.

Olhei para todos que estavam ao meu redor, fechei meus olhos e mordi. Nunca em toda minha vida senti tanto prazer em provar o sangue de alguém. Era uma sensação deliciosa. Era como encontrar a última garrafa de água no meio do deserto. A fome de um vampiro não se compara nem de longe com a fome de um ser humano. Diferente dos mortais, a fome de um vampiro poderia ser forte e avassaladora, fazendo-lhe refém das suas vontades e dos seus instintos. Terminando de saciar a minha sede por sangue, fui retomando a consciência e percebendo que havia acabo de morder o pulso do professor, fiquei em estado de choque.

- O que eu fiz? - Perguntei com os olhos cheios de água.
- Nada demais, apenas saciou a sua fome. É normal. - Respondeu Franco tranquilamente.
- Eu te mordi. Eu machuquei você. - Falei com o olhar perdido.
- Você não me machucou. Melina eu sou um vampiro, me recupero rápido. Olha! - Disse Franco me mostrando seu pulso inteiramente recuperado.
- Era isso que me preocupava. - Falou Franco olhando pro nada.
- O quê? - Perguntei.
- Eu sabia que um dia desses isso iria acontecer, que uma de vocês iria perder o controle. Ainda bem que eu estava por perto. - Respondeu Franco estendendo sua mão e me puxando para cima. - A partir de hoje, eu não quero mais ouvir desculpas. Ordem e disciplina são as palavras chave para um clã de respeito. Não quero mais saber de rixas por aqui. Vocês são um grupo agora, ou entram na linha ou iram sofrer as consequências. Que isso lhe sirva de lição, Senhorita Santiago. A não ser que queira se tornar um monstro frio e sanguinário, o qual você tanto detesta. Por fim, gostaria de avisá-las que por tal acontecimento nossas aulas de campo foram antecipadas. - Falou Franco.
- Pra quando? - Perguntou Carol.
- O mais breve possível. Não se preocupe qualquer coisa avisarei a vocês, estão dispensadas. - Respondeu Franco.

Eu estava indo embora com as garotas. Quando Rosenberg me chamou:

- Santiago. - Falou Franco.
- Fala. - Respondi me aproximando dele.
- Existe uma explicação para tudo que eu fiz, mas você só revelarei com o tempo. - Falou Franco limpando as lágrimas do meu rosto.
- Tenho medo do que possa acontecer. - Falei olhando pra baixo.
- Coragem Melina, essa Saga só está começando. - Falou Franco olhando fixamente nos meus olhos e dando um leve sorriso.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Desejos Impuros - Parte 20 - Razão x Coração

Thalita já havia se retirado do local depois de me dizer em suas entre linhas que já sabia do meu segredo. E agora querendo ou não, eu estava correndo risco, risco de ser desmascarada, risco de ser descoberta pela minha maior inimiga, Caroline Bastos. Dificilmente se ganha de um oponente quando ele sabe do seu ponto fraco que no meu caso era a minha paixão secreta por Franco Rosenberg, mas ainda que isso me preocupasse as palavras de Thalita ainda bailavam pela minha mente, e por mais que eu quisesse ignorá-las, ela tinha razão.

Quem estou querendo enganar? Vamos ser racionais eu preciso tirar esse professor da minha cabeça. Essa causa pela qual eu luto é totalmente perdida, mas eu não via graça nenhuma em ficar com os garotos mais novos. Eles não tinham a mesma postura, elegância, inteligência, humor e a simpatia às vezes tão frequente em Franco Rosenberg. Ele de verdade era o homem que eu queria pra mim. Ainda triste, chateada e com um turbilhão de pensamentos passando pela minha cabeça, eu precisava sair, pensar, andar, fazer qualquer coisa para me livrar daquele sentimento de medo e frustração. Então me levantei e fui para casa andando, nem me despedi direito das garotas. Eu só queria ir embora dali, descansar e quem sabe mais tarde voltar para o mesmo assunto de tormenta.

Enquanto eu andava distraída pela rua. Peguei meu celular e o fone, liguei na rádio e comecei a escutar. Ainda que eu não quisesse pensar no assunto e estivesse fugindo dele de toda forma. Os bons momentos que passei ao lado de Rosenberg inundaram a minha mente enquanto eu ouvia a música Yellow da banda Coldplay. Aqueles olhos cor de mel, a maneira como ele dava risada ou sorria, como ele se expressava em sala de aula, o tom da sua voz, o seu toque, tudo, tudo... Estava acabando comigo. Eu precisava de uma solução e entre as milhares das quais pensei apenas uma parecia ser a melhor pra mim, que era o afastamento. Seria melhor assim, ficar longe e voltar à estaca zero de tudo que conquistei, porque eu sabia que se me afastasse dele logo cairia no esquecimento.

Seria bom até pra Thalita tirar essa ideia louca da cabeça de que eu tenha algum sentimento por Franco. Também sei que na minha ausência carinho para ele não vai faltar. Chegando em casa, tirei a roupa, almocei, e caí na cama. Agora é só esperar amanhã para colocar o meu plano em ação, que não tinha muitos critérios, mas uma única regra: Ficar longe dele.

Es que então chega Sexta-feira, dia de aula de Português, Literatura, Inglês e Química. E lá vou eu correndo pelas salas outra vez para chegar atrasada na aula da Aguirra. Nossa, ela odeia quando eu chego atrasada, já virou até rotina, mas também dormi mal noite passada (pensando bem isso não é desculpa). Tudo estava indo bem quando apareceu meu primeiro teste da manhã. Eu estava ali tomando fôlego para entrar na sala quando me apareci ele na porta do 1º A, de calça jeans, camisa branca soltinha, e sapato social. A primeira vista eu desviei o meu olhar do dele, mas enquanto eu girava a maçaneta ele simplesmente se se encostou à porta e me deu bom dia, abrindo um largo sorriso. Eu (muito idiota por sinal) fechei os olhos, abri a porta e entrei com tudo na sala, sem lhe dar uma única resposta.

Ao fechar a porta, percebi que todos os alunos da sala estavam olhando diretamente pra mim. Também a sala estava em silêncio e entra uma louca em disparada, só podia dar nisso. Então comecei a andar pela sala, os olhares continuavam e eu coloquei até o casaco jeans na minha cara para ver se eu desaparecia, mas não ajudou muito só fez chamar mais atenção, uma atenção que eu não queria. Alguns alunos me achavam legal, divertida. Outros me achavam louca como Ellen dizia. Também tinham aqueles que se perguntavam: "O que ela está fazendo aqui?" Às vezes penso que nunca vou me adaptar a esse lugar.

Enfim intervalo, tocou o horário e eu fiz um favor para mim mesma, sai daquela sala. Priscila até tentou sentar ao meu lado durante a aula, mas eu a dispensei e com certeza após a minha entrada "triunfal" duvido que algum aluno tentaria se aproximar de mim de novo. Passei os quatro horários inteiros, sozinha, em silêncio. Tentei até me misturar com Bianca e as meninas na aula de Química para pegar o gabarito, mas a única pessoa que me deu oportunidade e conversou comigo foi Jéssica.

Então me dirige para a cantina, comprei algumas coisas e fui me refugiar no meu "cantinho feliz". Peguei o celular, coloquei na rádio e comecei escutar bem alto pra não ouvir o chamado de Rosenberg. E para fortalecer a causa, só ouvi músicas alegres e agitadas, nada de românticas e muito menos Coldplay que é a banda favorito dele. Eu estava bem, ainda tinha 8 minutos de intervalo. Quando apareci Thalita na minha frente, tirei o fone na hora, respirei fundo e perguntei:

- O que você quer? - Falei virando os olhos.
- Rosenberg está te chamando. Tem reunião hoje, se lembra? - Perguntou Thalita.
- Hum... Deixe-me ver, não. - Respondi fazendo cara de cinismo.
- Melina para com isso e vamos logo, não temos muito tempo. - Respondeu Thalita com pressa.
- Vocês não, eu tenho. - Respondi calmamente.
- Já sei o que é isso. Não quer ver ele né? - Perguntou Thalita se aproximando de mim.
- Mesmo se fosse, não sou obrigada a ir. - Respondi e dei as costas para Thalita.
- Você não entendi. Não sabe diferenciar as coisas, só sabe fugir, fugir do seu destino. - Respondeu Thalita com coragem.
- Esse não é o meu destino, eu só queria me formar e embora daqui. Eu não pedi para ser transformada em vampira ou me apaixonar por um... - Me calei, pois sem querer acabei me entregando.
- Por um professor. - Respondeu Thalita olhando nos meus olhos. - Melina, quando eu falei aquelas coisas naquela manhã... Não foi para assustar ou amedrontar você. Eu gosto de você, acredite. Eu só queria te alertar. Franco Rosenberg é uma pessoa encantadora, é gentil, inteligente, um eterno romântico, mas cuidado. As coisas não são tão bonitinhas quanto você pensa que são. Você não está vivendo um conto de fadas. Nem tudo é o que aparenta ser. - Respondeu Thalita.
- Espera, o que você quer dizer com isso? - Perguntei confusa e um pouco assustada.
- Com o tempo você vai entender. - Respondeu Thalita indo embora.
- E o que você vai dizer para ele? - Perguntei pensativa.
- A verdade. Que você não quis vir. - Respondeu Thalita que logo após desapareceu.

sábado, 30 de julho de 2011

Desejos Impuros - Parte 19 - Aceitando o Inevitável

Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem lá no fundo, que foram feitas para um dia dar certo. (Caio F.)

Planos, projetos e mais planos. Minha cabeça andava a mil por causa do seminário de Rosenberg, enquanto o resto do grupo pouco se lixava para o trabalho. É claro que para toda regra existe exceção, como algumas pessoas que vieram até a mim para saber sobre o trabalho e eu (Sem opção) tive que tomar a frente do grupo mais uma vez.

E finalmente chegou Quinta-feira, o dia mais esperado por mim durante a semana toda. O dia em que eu poderia ver, falar e quem sabe tocar em Franco Rosenberg mais uma vez. Entretanto dessa vez o destino veio me atrapalhar. Acordei um pouquinho tarde, e como faço uma maquiagem bem elaborada, principalmente para os dias de Quinta-feira, me atrasei para a aula dele 15 minutos. Porém mesmo assim ele me deixou entrar. Na sala haviam vários grupos formados, e por acaso Jaque me chamou para entrar no grupo de Isabela, porém eu acabei indo parar no grupo das Mess of Cats (Geralmente são aquelas garotas que andam em grupo, não querem nada da vida e que só vão para o colégio para ganhar ponto de presença) que era composto por: Ellen, Ivie (Que saiu do grupo das patricinhas depois que Camile saiu do colégio), Taty e Priscila. Aparentemente elas eram bem legais, e acima de tudo bagunceiras por isso o nome Mess of Cats.

Do jeito que eu era certinha e chatinha para trabalhos com certeza eu teria grandes problemas para colocar aquelas garotas para trabalhar. Enquanto eu me arrumava na carteira e pegava os livros, es que surge Rosenberg me dando Bom dia, e me recebendo com um leve abraço (Nossa... Amei a recepção, com certeza agora eu faria esse trabalho muito mais feliz). Então sentei na carteira e ele nos explicou rapidamente o que iriamos fazer naquela manhã, depois se direcionou para o quadro e começou a escrever. Prontamente abri meu caderno e prestei bastante atenção ao que ele dizia. Depois comecei a fazer algumas anotações no meu caderno junto com Priscila, que estava cheia de ideias para a nossa apresentação. Sim, nós iriamos fazer uma pequena apresentação falando sobre os problemas, sugestões e previsões sobre um determinado tema. No começo ficamos bem indecisas, mas escolhemos o tema educação.

Durante a aula dele, percebendo o seu bom humor e a sua alegria em estar ali conosco. Eu não resiste e acabei puxando conversa com ele várias vezes. Sempre falando da matéria mesmo, sobre trabalho, seminário. Franco é uma pessoa bem difícil de agradar, principalmente em relação aos textos. Nunca fui boa em dissertação, essa é uma das modalidades em que possuo mais dificuldade. Ainda mais de manhã cedo, quando eu acordo, tomo café e as minhas ideias e argumentos estão zerados. Mas voltando a falar dele e de nossas conversas. Eu tinha que fazer alguma coisa, a data das apresentações do seminário estava próxima e caso ele não mudasse a data teríamos que fazer teste e seminário tudo junto o que seria um verdadeiro caos. Então apresentei para ele o calendário e as datas dos testes, e como Rosenberg é uma pessoa muito sensata ele mudou a data.

Resumindo: Vários grupos se apresentaram, eu estava em estado de nervos, não conseguimos terminar a parte escrita e eu estava a ponto de brigar com Priscila de novo, quando fomos salvas pelo gongo. Tocou o horário. Então Rosenberg se aproximou da gente e disse que ficaríamos para a próxima semana, eu fiquei tão feliz que abracei Priscila na mesma hora. Na verdade não é a primeira vez que sou salva pelo gongo na aula dele, mas isso eu conto outro dia.

Depois de Redação tivemos aula de Matemática e Geografia, tudo tranquilo. Mas eu não conseguia entender, já havia se passado uma semana que fomos transformadas em vampiras e nada. Nada de sede ou fome, nada de atacar humanos e nem poderes. E cada vez que eu buscava uma resposta para aquilo tudo, mais confusa eu ficava. Eu sabia quem tinha as respostas, mas eu não queria ficar na cola dele, eu precisava esperar. Bateu o horário, eram 12 horas, fomos liberados mais cedo. Então desci as escadas, sentei em um banco e fiquei esperando Rosenberg passar. Até que veio de novo aquela voz em minha cabeça, era ele. Pedindo para que eu, Carol e Thalita fossem para os fundos do colégio e esperássemos por ele em segredo. Então eu dei uma passadinha no banheiro para checar se a maquiagem ainda estava direita. Afinal, eu não queria que ninguém percebesse que a minha pele estava ficando mais clara do que o normal.

Depois disso me direcionei para os fundos do colégio, lá encontrei Carol e Thalita. Esta ainda tentou ser simpática e falou comigo. Já Carol, só faltou me devorar com os olhos. Olhos de fúria e eu sabia qual era o motivo, ela estava odiando o fato de Rosenberg estar se aproximando de mim. Sutilmente eu comecei a olhar para os lados, enquanto Carol e Thalita conversavam em voz baixa. Usei a minha super audição que não estava muito boa no momento, mas que deu para ouvir algumas partes da conversa. De fato Carol não estava nem um pouco feliz com o tratamento que Rosenberg estava tendo comigo e para piorar ela não ficou satisfeita em saber que eu apresentaria o trabalho dos sonhos dela, Renato Russo. Porém Thalita interrompeu a conversa alertando Carol de que Franco estava se aproximando. Fiquei atenta. E ele finalmente chegou. Nos posicionamos em fila e ele começou a falar:

- Já são 12h20min, então serei breve. Melina, Carol e Thalita, minhas Rosas Negras. A partir de hoje eu quero que vocês andem juntas, como um trio. Não quero mais ver Melina dispersa durante o intervalo e as aulas. Vocês foram recém-transformadas, são inexperientes e andando separadas correm grande risco de serem facilmente descobertas por algum mortal.
- Professor Rosenberg, o que podemos fazer se Melina não quer ficar próxima a nós? - Perguntou Carol, fazendo cara de cinismo.
- Fique tranquila Carol, eu já conversei com ela, e ela me garantiu que quer fazer parte do grupo Rosas Negras. Não é mesmo Santiago? - Perguntou Rosenberg dando um leve sorriso e pondo a mão em meu ombro e no de Carol.
- Sim senhor. - Respondi timidamente dando-lhe um leve sorriso.
- Bom. Continuamos essa reunião amanhã. Eu preciso treinar, orientar e ensinar a vocês como lidar com o vampirismo. Eu quero saber exatamente como vocês estão se sentindo com essa transformação e se já tiveram algum descontrole... - Falou Rosenberg fazendo suposições.
- Não senhor. - Respondi e as garotas concordaram comigo.
- Ótimo. Então amanhã continuamos. Infelizmente não pude sair mais cedo do 2º ano A. Estão dispensadas.
- Até amanhã Professor! - Falamos juntas.
- Até amanhã. - Falou colocando os óculos escuros e se dirigindo para estacionamento.

Carol só esperou Rosenberg desaparecer do pátio para começar a soltar cobras e lagartos.

- Ha ha ha, Melina. Você pode até ter comovido Rosenberg com o seu teatro, mas nunca... Entendeu? Nunca vai entrar no nosso grupo. Olha pra você. Mesmo depois de ter sido transformada, cheia de maquiagem na cara, ainda pareci a mesma tolinha novata que eu vi no primeiro dia de aula. - Falou Carol.
- Carol, primeiro eu não preciso entrar no grupo de ninguém, eu sei me virar sozinha.
- Será? Você pode até esconder Melina Santiago, mas eu sei que lá no fundo você morri de medo de ficar só, sem ninguém para apoiá-la. Já foi acostumada tanto a solidão né? Filha única, pai ausente... - Falou Carol.
- Carol para. - Falou Thalita.
- Parar nada, essa novata tem que saber qual é o lugar dela. - Falou Carol.
- E você também, vamos embora. Ouvimos bem o que Rosenberg disse e eu concordo com ele. Estamos juntas nessa. Precisamos saber guardar o segredo, só temos umas as outras. Não devemos brigar e ainda mais pelo motivo que é. Não vale a pena. Carol, vamos embora! - Ordenou Thalita.
- Ok. - Falou Carol me dando as costas.

Nem me importei muito com que Carol disse. Só pelo fato de ter recebido atenção e carinho do meu professor favorito, eu já havia ganhado o dia, mas como ela sabia que eu era filha única e que o meu pai era ausente? Então eu passei por Carol e Thalita, e corri para o estacionamento para poder vê-lo ir embora. Quando o vi falando com algumas garotas do 2º ano A, elas o abraçavam e estavam puxando conversa com ele, no maior entrosamento. Rapidamente me escondi atrás da pilastra e me entristeci. Quando de repente veio Thalita por trás de mim e disse:

- Se está apaixonada por ele sua vida vai ser sempre assim. Cheia de carinhos eternos, despedidas longas e esperanças falsas. Não me olhe com esse espanto todo Melina, simplesmente aceite o inevitável. É você contra elas, todas elas.

Depois de tal comentário de mau gosto. Eu não queria nem ir mais pra casa, eu não queria mais saber de nada. Eu só queria ficar ali em silêncio, vendo meu corpo desabar lentamente e chegar ao chão, exausto e com o coração dividido em mil pedaços. Abaixo a música perfeita para este momento (Legião Urbana - Vento no Litoral):  

domingo, 17 de julho de 2011

Desejos Impuros - Parte 18 - Fria Manhã

Com certeza entre todas as que eu já passei nessa vida, esta foi a mais dolorosa. Nunca senti tanto medo de me apresentar, de falar em público ou de me expressar para alguém, mas eu tinha os meus motivos. Afinal, iríamos nos apresentar para quatro turmas no auditório, sem falar na presença ilustre de Franco Rosenberg que estaria me observando e colocando todo o meu potencial a prova. Mas ainda assim havia pessoas que acreditavam em mim, que diziam que eu me sair bem, que eu era uma das melhores oradoras da turma. Gostaria de pelo menos acreditar em 1/3 dessas palavras. Não que elas fossem falsas, mas a minha paciência já estava acabando e por mais esforço que eu fizesse eu não estava conseguindo gravar aquele texto sobre Oceano Pacífico de jeito nenhum.

Mas eu não tinha feito um texto qualquer, ele possuía exatamente frente, verso mais um parágrafo falando sobre as medidas e soluções. Eu fiz de tudo para gravar aquele texto, eu já havia adiado demais e a apresentação seria amanhã, eu precisava gravar aquele texto. Então peguei a minha câmera digital e gravei falando, revisei o assunto, porém nada de gravar a fala. Então eu coloquei na minha cabeça assim: "Gravar eu não vou conseguir, já são umas 11 e pouca da noite, o melhor a fazer agora é dormir." Eu precisava descansar, afinal, amanhã teríamos um longo dia pela frente.

Finalmente acordando daquele sono pesado, levantei da cama, fiz as minhas coisas de rotina, e fui para o colégio. Infelizmente mesmo acordando cedo eu sempre dava um jeito de chegar atrasada no colégio ou no mesmo horário que Rosenberg. E falando nele, cheguei ao colégio e comecei a procurar as meninas, nem deu 8 minutos e ele chegou no Sandero Vermelho dele. Foi como se as portas do inferno tivessem sido abertas pra mim. Eu saí correndo, desesperada para o auditório já para acelerar as coisas. Entrando lá, encontrei uns seis alunos que estavam se preparando para apresentar. Me aproximei de Erick e perguntei por Caroline Bastos, a organizadora líder dos seminários, ele disse que não havia visto ela ainda e que talvez ela estivesse na sala.

Conforme os alunos iam chegando ao auditório, íamos arrumando as carteiras. Não demorou muito até que Franco Rosenberg aparecesse no recinto. De calça preta, camisa branca e sapato social, ele entrou no salão e começou a observar o local. Eu, é claro percebendo a presença dele pus-me a ajudar os alunos que estavam arrumando as carteiras, buscando uma maneira simples e eficaz de me aproximar dele sem chamar muita atenção. Mal nos vimos e ele já me chamou: "Santiago" (tipo querendo dizer: Oi), e eu como estava com muito medo dele fiz o sinal-da-cruz.

E voltei a arrumar as carteiras normalmente, mas lá veio ele de novo (É a tentação do destino, só pode ser!) querendo conversar comigo para saber como estavam os preparativos para o seminário e tudo, e eu sempre respondendo e fugindo dos olhares dele, olhando pra baixo. Notando o meu nervosismo ele me puxou espontaneamente e me abraçou, fazendo com que o meu rosto encostasse em seu delicioso peito e disse com a voz meio rouca: "Tudo vai ficar bem" (Nunca me senti tão acolhida por alguém antes, nunca necessitei tanto de um abraço, só não imaginava que eu receberia logo dele). Me senti tão feliz e ao mesmo tempo tão a vontade que não me segurei, e correspondi ao abraço dele. E apesar de tudo ter durado tão pouco, foi o primeiro abraço verdadeiro que ele havia me dado. Não houve pudor de encostar, de sentir e de tocar, ele simplesmente deixou me ajustar ao seu abraço, que naquele momento foi tudo pra mim.

Depois disso, ele foi para uma carteira próxima a qual eu estava arrumando e eu perguntei: "Você vai se sentar aí?!", e ele disse: "Por quê? Não posso?", e eu sem graça respondi: "Claro que pode". Então me sai meio sem graça, mas conforme os alunos do 3º ano foram ocupando o auditório ele trocou de lugar. Como disse Rosenberg havia mandado alguns e-mails para os alunos falando sobre o seminário. E eu como estava cheia de responsabilidade e estresse na cabeça ainda mais porque iria me apresentar para ele, acabei mandando uma resposta pra ele meio que com fim irônico na frase, mas nada pesado. Porém isso foi o bastante para me deixar com um enorme peso na consciência, ainda mais porque ele não mandou resposta. E apesar de tudo eu sentia amor por ele, eu jamais gostaria de criar alguma desavença com aquele professor ou magoá-lo. Mesmo com aquele jeito dele rígido e tudo, lá no fundo eu sabia que existia um bom coração, eu só precisava achar uma forma de cativá-lo.

Continuando o assunto do seminário e fazendo um breve resumo: Ao todo fomos ótimos no seminário e super elogiados, graças ao comprometimento da turma e óbvio a nossa querida líder de sala Caroline Bastos. E apesar de ter me apresentado primeiro que todo mundo, ter esquecido algumas partes da fala, ter feito pausas longas durante a minha apresentação e ter ficado bastante ansiosa e com medo, eu não me arrependo de nada, só espero que da próxima vez eu não precise falar tanto. Fora a isso foi o máximo, colocamos música no auditório, dançamos, tiramos fotos para colocar no Orkut. Foi algo com certeza fora de série. Espero que isso aconteça mais vezes e o fato de não me apresentar também, mas isso é meio improvável.

Franco Rosenberg enquanto ficou com a gente lá no auditório tentou nos ajudar em algumas coisas, por exemplo: Colocando o microfone pra funcionar e fazendo a política da boa vizinhança, sempre dando atenção aos demais alunos. Confesso que fiquei com ciúmes quando o vi abraçando as outras garotas, mas Franco como era muito justo não gostava de transparecer favoritismo por ninguém lá na sala, apesar dele sempre comentar que tinham alguns alunos mais próximos a ele do que outros. Porém todo esse sentimento mudou quando ele me entregou a prova de Redação da primeira unidade, eu tirei: 31,6. Nunca fiquei tão feliz na minha vida, confesso que deu até pra esquecer que eu tinha um seminário para apresentar. Gritei de alegria e só não abracei Rosenberg, porque ele estava ocupado entregando as outras provas.

Depois do seminário, de ter ganhado a nota do ano, de ter tirado fotos, de ter morrido de medo e de sono, voltei para casa exausta. Mas o que eu não esperava era que na próxima Quinta-feira haveria mais um seminário para apresentar só que esta seria bem na aula de Rosenberg (É praga do destino!). Sim, exatamente o seminário dele, que foi adiado por causa do seminário de oceanos da gincana ecológica. Vai começar tudo de novo, nem deu uma semana deste seminário e já temos outro. Quero outra penitência, isso é castigo demais. De qualquer teríamos que apresentar o seminário sobre Renato Russo e se essa fosse a única forma de ganhar um abraço do Franco novamente eu faria este seminário com o maior prazer. Como eu amo senti-lo tão gentil e carinhoso comigo. Posso até estar errada, mas algo me diz que daqui para frente à tendência das coisas entre mim e Rosenberg é só melhorar. Quem sabe um dia ele possa olhar pra mim, e perceber que posso amá-lo muito além do tempo e da diferença de idade.


domingo, 29 de maio de 2011

Desejos Impuros - Parte 17 - Simples e Efêmero

E Finalmente chegou a semana do trabalho e do debate. Eu estava super animada para não dizer ao contrário. Levantei da cama, me arrumei prontamente e fui para o colégio. Antes que eu pudesse subir as escadas que davam para as salas de aula, dei uma passadinha no banheiro para passar gloss, e falar com a funcionária que limpa os banheiros, ela sempre foi muito simpática comigo. Finalmente chegando à sala pude ver Isabela, Bianca, Ísis... E claro Thalita e Carol, esta mesmo depois do longo final de semana que havia se passado, ainda parecia estar com raiva de mim, mas por que será? Desviando o meu olhar do dela, fui cumprimentar as meninas que estavam bem animadas nessa manhã, afinal tínhamos um trabalho de sociologia para apresentar. Embora a minha autoestima estivesse lá em baixo era preciso pensar positivo.

Então foi passando as aulas e eu olhando as falas, revisando o assunto e por fim fazendo uma apresentação brilhante. Todos gostaram inclusive o professor. Eu já havia sido alertada sobre o modo como apresentaria, e lá no fundo eu estava torcendo para que as coisas realmente dessem certo. A pior coisa que pode acontecer com você no momento pré-apresentação são as exigências: Não fale muito, seja mais objetiva, envolva seu público, não brinque tanto, apresente séria. Aquelas exigências haviam feito tanto a minha cabeça que eu já estava querendo sair do grupo e tomar zero. Graças a deus deu tudo certo.

Agora falando sobre Rosenberg e o debate, eu estava tranquila em relação a isso. Afinal, eu não falaria nada até porque eu preferia ver os outros no debate a mim me apresentando. Porém eu sabia que mais dia ou menos dia eu teria que falar alguma coisa no debate, espero que quando isso ocorra eu não possa ir para o colégio. Enfim bateu o intervalo e todos saíram da sala. Era Segunda-feira, Rosenberg não estava no colégio, então eu já podia tirar o meu cavalinho da chuva.

Fui à cantina, comprei um suco e me dirige para os fundos do colégio, onde pude passar o intervalo tranquilamente ouvindo música e pensando nele. "Poxa... Como eu queria saber o que ele estava fazendo agora", falei para mim mesma lembrando do momento em que passamos juntos. Não levou nem 40, nem 30, nem 25 minutos, mas foi o bastante para ser eterno. O seu olhar, o seu sorriso, a sua gentileza. Como eu queria que aquele momento se repetisse ter Rosenberg tão gentil perto de mim era algo tão raro, efêmero. Mas que com certeza eu esperaria o tempo que fosse necessário para acontecer de novo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desejos Impuros - Parte 16 - Dúvidas em Mente

"Agora com a transformação concluída não demoraria muito para que nós conhecêssemos o verdadeiro lado animal que os vampiros possuem, e era exatamente deste lado, sombrio e obscuro que eu estava com medo."

Depois daquela manhã cheia de conflitos e surpresas perto de Rosenberg. Fiquei deitada quietinha na minha cama, abraçando meu urso e olhando pra cima. Tecnicamente eu ainda era uma garota normal, agia como uma garota normal vivia como uma garota normal, mas não era isso que o meu aspecto físico dizia. Apesar de ainda morena eu estava um pouco mais clara, meus cabelos haviam crescido de uma maneira inexplicável, e havia outra coisa que me preocupava bastante, a temperatura do meu corpo. Com certo medo de que minha mãe acabasse notando que a minha temperatura estava muito baixa, peguei dois cobertores e me cobrir rapidamente. Depois disso, voltei a olhar pra cima e fiquei pensando, fomos transformadas em vampiras e até agora não sentimos vontade de beber sangue, alguma coisa está errada. Será que realmente somos vampiras?

Ao concluir essa pergunta meu pensamento se voltou a aquela terrível tarde no parque abandonado, onde uma simples curiosidade se tornou o meu pior pesadelo. Ainda pensativa cheguei a tocar no meu pulso, aonde Rosenberg havia mordido. Aparentemente neste não havia nada de anormal, a ferida já havia desaparecido após a transformação. Mas tudo o que havia acontecido conosco, a mordida, a transformação... O que iriamos fazer a partir dali? Tentei me lembrar do discurso que Franco Rosenberg havia dado para nós mais cedo no pátio, mas nenhuma palavra me veio à cabeça. Então comecei a acariciar o meu cabelo, pensando em qual seria o meu destino dali para frente. Afinal, Franco não nos deixaria recém-transformadas sem nenhuma instrução. Mas tentar lembrar-se do que aconteceu naquela manhã ao mesmo tempo em que era maravilhoso, também era muito confuso e doloroso pra mim. Lá no fundo eu tinha medo, medo de me tornar um ser do mal, medo de perder o controle e atacar a todos incluindo as pessoas que amo.

Respirei fundo, passei a mão na cabeça e chamei seu nome: "Rosenberg." Arfei meio confusa e perdida. Eu não sabia o que fazer, mas de alguma forma já sabia o que esperar. Bocejei e pus uma cara de espanto, afinal eu estava com sono e pelo eu que sei vampiros não dormem. Sentei na cama e disse pra mim mesma: "Tem alguma coisa errada." Voltei a deitar, me agarrei ao travesseiro e tentei me preocupar menos com isso. Aliás, só tínhamos um dia de vampirismo, o que poderia acontecer de ruim? Logo após a este breve comentário, fechei meus olhos e adormeci.

Na maioria dos meus sonhos eu sempre procurava por ele, Franco. Eu não sei por que, mas ele sempre me trouxe tranquilidade e paz. Ele me dava apoio, coragem, e ao mesmo tempo luz e escuridão. Chega até ser estranho gostar de alguém assim, mas eu amava Franco Rosenberg. Queria poder tirá-lo da minha cabeça, mas o que eu faço com o meu coração? Quantas vezes eu morri de vontade de tocar em seu rosto e dizer a verdade, porém eu não sabia como ele iria reagir, temo a rejeição, também temo o descaso. Entre essas consequências, prefiro manter o meu amor em mais profundo silêncio até que chegue o momento certo. O exato momento onde o seu coração baterá junto com o meu e eu não estarei dizendo: "Eu te amo" sozinha.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Desejos Impuros - Parte 15 - Desejo de Escapismo

"Escapar, lá dentro de mim havia um vontade voraz de fugir daquele pensamento. Ele me consumia e ao mesmo tempo possuía controle total sobre mim. Só de pensar na possibilidade de Franco Rosenberg estar gostando de mim, como pude perceber em nosso último encontro no pátio. Já me deixava inteiramente feliz, mas como diz o ditado: Tudo que é bom, dura pouco."

Passei o resto do dia serena e constantemente pensativa. Aquela conversa com Franco Rosenberg havia mexido muito comigo. Era a primeira vez em que ficávamos cara à cara daquele jeito, nos olhando, e ele tão gentil tocando em meu rosto. Aquele momento foi tão perfeito, que nem parecia real. Finalmente tocou o horário e os alunos foram saindo da sala aos poucos. Olhei para o lado, vi Bianca, Isabela e Ísis se arrumando para irem embora. Pensei até em iniciar uma conversa com elas, mas as palavras de Rosenberg ficavam martelando em minha mente. Talvez ele tivesse razão, talvez fosse melhor eu permanecer no grupo das Rosas Negras, aceitar logo esse destino, dar uma chance. Porém antes que eu fizesse qualquer ação Thalita e Carol passaram por mim, junto com as suas bajuladoras de plantão. Carol me olhou de cima em baixo e antes que pudesse arrumar uma confusão comigo, Thalita entrou no meio e ordenou: "Vamos!" - com voz séria. Esta olhou pra mim normalmente e saiu junto com as outras. Já Carol ficou me encarando por alguns segundos e logo após saiu da sala.

Acho que isso foi um aviso de "Fique longe da gente." O que aquelas garotas pensam que são para tratar os outros dessa maneira. "Tudo bem, deixa pra lá." - disse para mim mesma e saí da sala. Tentei me apressar um pouco para chegar a tempo de ver Rosenberg deixar o estacionamento do colégio e finalmente o vi, mas como eu não queria ficar muito em cima dele fiquei observando-o em segredo. Ninguém poderia suspeitar que eu sentisse alguma coisa por ele, se não seria o meu fim. Fiquei encostada na parede e sorrindo para o nada vendo ele ir naquele lindo carro vermelho (O Renault Sandero). Depois disso, sentei em um dos bancos e fiquei esperando a vontade de ir embora. Tudo estava tranquilo até que Bianca se aproximou do meu banco e perguntou: "Posso me sentar?" - com uma voz meio tímida. Eu balancei a cabeça dizendo "Sim" e dei um sorriso amarelo, mas de qualquer forma eu queria uma companhia. Ambas olhando para o estacionamento e sem nenhum assunto em especial, começamos a conversar.

- Essas duas aulas de Bruno deram o que falar. - Falou Bianca sorrindo.
- É mesmo, eu adoro Bruno. - Falei devolvendo o sorriso.
- Sem dúvida ele é o Professor mais engraçado do Colégio Mackenzie. - Falou Bianca.
 - É... - Concordei com ela.
- Humn... Você sumiu da sala depois do intervalo, por quê? - Perguntou Bianca.
- Eu fui ao banheiro. - Falei pensando no que eu realmente havia feito ao sair da sala.
- Humn... Está alegre. - Afirmou Bianca.
- Estou? - Perguntei sorrindo.
- Posso saber o motivo? - Perguntou Bianca cheia de suspeitas.
- Minha mãe vai instalar a minha net hoje na casa nova. - Falei.
- Nossa que legal. - Falou Bianca.

No decorrer da conversa Bianca não tocou mais nesse assunto, porém estava tão evidente a minha felicidade que mal conseguia esconder. Chegando em casa, subi as escadas, deitei na cama e agarrei meu urso de pelúcia. Agora sim eu podia gritar em alto e bom som que eu estava apaixonada, só não poderia dizer por quem. Eu e Bianca trocamos e-mails e conversamos bastante. Ela é bem legal conhecendo mais a fundo, e se dependesse de mim seriamos ótimas amigas. Já sobre as Rosas Negras, depois daquela reação de Carol na sala eu queria era manter distância.

O que eu mais queria era sonhar com Rosenberg, dormir com Rosenberg, conversar com Rosenberg e mais do que tudo me manter constantemente próxima a ele, de maneira discreta. A presença dele, só de saber que ele estava no Colégio, já me deixava inteiramente alegre e em alerta caso ele aparecesse do nada. Porém ao mesmo tempo em que eu vivia aquela paixão adolescente com imensa alegria, temia o pior. Como eu disse no começo, você nunca sabe o que esperar de Franco Rosenberg. Ele pode estar feliz hoje, irritado amanhã e quem sabe depois de amanhã alegre de novo. Porém com Franco em minha vida, tudo podia mudar de uma hora para a outra. E caso eu realmente quisesse me manter próxima a ele, eu teria que saber conviver com tudo isso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desejos Impuros - Parte 14 - A Conversa

Eu, Bianca e China entramos na sala, mal chegamos do intervalo, e elas já se reuniram com as garotas para conversar. Eu com o pensamento ainda na rampa fitei a porta e percebi que Thalita e Carol ainda não haviam chegado. Então discretamente fui até a porta, olhei para o pátio, e vi as duas conversando com Rosenberg. Carol sempre animada com a presença de Franco. Já Thalita sempre simpática, mas havia algo que a incomodava, e isso era perceptível pelo jeito que ela passava a mão nos cabelos sempre que Carol comentava alguma coisa.

Tentei escutá-los usando a minha audição aguçada, mas fim de intervalo lá no Colégio Mackenzie é a maior gritaria, até parece filme de guerra. Pessoas andando, conversando alto, passando rapidamente por mim, outras tentando escapar da Tia Lucimar, toda aquela movimentação estava me irritando bastante, já que a minha audição era bem mais sensível do que a das outras pessoas. Eram vozes demais, pensamentos demais e eu não sabia como lidar com aquele novo sentido. Ainda observando eles de longe, Franco olhou para mim e fez um sinal com a mão me chamando. E como isso não pudesse ser pior, ouvi novamente a sua voz em minha cabeça dizendo: "Santiago, quero falar com você”.

Uma das manias de Franco Rosenberg era chamar suas alunas pelo sobrenome, isso era tipo uma "herança" deixada para ele depois de se tornar policial, o que não me agradava muito (Afinal, você gostaria que o seu professor te chamasse por nome de homem? - Acredito que não). Olhei diretamente para Franco e fui até ele, com certo medo de acabar ganhando uma broca daquelas. Chegando lá, Rosenberg pediu para as garotas nos deixarem à sós. Antes de finalmente sair, Carol me olhou com uma carinha de convencida, a mesma que dizia: "Agora você vai se ferrar idiota". A minha vontade era de matar aquela garota. Ela disputava atenção comigo em relação a Franco, sempre participando das aulas dele, comentando, sempre fazendo o papel da boa aluna. Aquela patricinha demente na verdade era uma boa bisca, isso sim.

Pus uma cara de irritada vendo Carol indo embora. E voltei meus olhos para Franco, que estava sério e me perguntou: "Por que você fez aquilo?" Tentei buscar uma explicação lógica, mas acabei respondendo: "Eu estava cansada, aquelas visões estavam me dando dor de cabeça, eu tinha que parar. E como eu disse antes, repito. Não gosto de que leem meus pensamentos." - Ele me olhou analisando e perguntou: "Por que não me pediu para parar?" - Olhei para baixo e respondi: "Eu não sabia como." Ele respirou fundo e disse: "Quando uma pessoa puxa a sua mão no mesmo instante em que estou lendo a sua mente, ela corre o risco de perder as suas memórias, e pensamentos passados. Fazendo com que a sua mente fique desorientada, no ar. Sem lembrar dos fatos, e isso é muito ruim." - Olhei para ele triste e disse: "Desculpa."

Ele se irritou com a minha resposta e disse: "Não é desculpas que eu quero Melina, eu preciso do apoio de vocês três. Vocês são um grupo agora, vocês são As Rosas Negras." Olhei para o chão e respondi: "Eu sei." Então, ele parou de falar, puxou meu queixo para cima e fixou os seus olhos nos meus. Aqueles lindos olhos castanhos agora estavam tão gentis. Ele pode sentir a tristeza no meu olhar, e eu pude ver no olhar dele que de alguma forma ele acreditava em mim. Franco passou a mão pelo meu rosto e disse: "Não é fácil à situação em que vocês se encontram, mas eu preciso que confie em mim. Conte comigo para qualquer coisa. Não corra ou se esconda. Se estiver algo errado fale comigo, vamos conversar. Eu preciso da sua colaboração Melina”.

Eu não conseguia respirar direito, como eu amava aquele homem. Aqueles olhos, aquela sensação, aquele desejo de amar e ser amada. Eu não sabia o que estava acontecendo entre nós dois, mas às vezes tenho a sensação de que ele olha nos meus olhos procurando por algo, algo para sentir, algo para se lembrar, algo para se envolver. Sem saber o que dizer naquele momento, eu simplesmente dei um sorriso e balancei a cabeça dizendo: "Sim." Franco ficou feliz com a minha resposta, e percebendo que havia poucos alunos no pátio, me pediu para que eu fosse pra sala. Caminhamos juntos pelo corredor, abri a porta e acenei antes de entrar. Franco fez o mesmo e se dirigiu para sala do primeiro ano A, onde ele daria aula em seguida. Entrei na sala em silêncio, me sentei na carteira e por mais que eu tentasse manter a calma eu não conseguia tirar Franco Rosenberg da minha cabeça.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Desejos Impuros - Parte 13 - Evasão

Ainda olhando firme para Rosenberg e sem pensar duas vezes, me virei e comecei a andar para bem longe daquele local. Aquele homem estava atordoando-me com pensamentos que eu não deveria ter, me deixando cada vez mais infeliz e confusa. Afinal, quem era Rosenberg para me deixar daquele jeito? Ele não possuía direito nenhum de invadir os meus pensamentos, e a melhor coisa que eu poderia fazer agora era me manter bem longe dele e dessa história de vampirismo.

Rapidamente os passos leves dados pelo chão do pátio se tornaram rápidos, eu estava fugindo daquela situação, do meu medo de ser descoberta, eu estava fugindo dele. Mas ainda pude ouvir um comentário seu, era óbvio que Carol iria falar alguma coisa, mas só ouvi a resposta. "A deixem ir!", nossa que posição maravilhosa a dele. Corri pelos corredores do colégio, e entrei no primeiro banheiro que vi. Mas dessa vez eu não estava sozinha, o que não me ajudou muito, porque a minha vontade era de chorar, brigar, gritar com alguém. Eu não sabia lidar com aquilo, eu não sabia controlar esse sentimento de fúria e frustração, eu não sabia lidar comigo mesma. Olhei-me no espelho e vi que estava suada, então me limpei. Fitei o espelho novamente para ver quem mais estava no banheiro. Então vi Bianca e Isabela, elas estavam fazendo algum tipo de comentário ou brincadeira, mas logo se calaram com a minha entrada no banheiro. Bianca me olhou curiosa, vendo minha cara de frustração e perguntou: "Oi, você está bem?" Dei um sorriso amarelo, e disse com ironia: "Pior não pode ficar”.

"Hum.. parece que hoje você está tendo um dia de cão." - falou Bianca. Olhei para pia e comecei a lavar a minha mão. "Não só de cão, de gato, cachorro, avestruz... de tudo um pouco." Isabela, melhor dizendo China como gostava de ser chamada, riu do meu comentário e Bianca logo em seguida. Não sei se valeria a pena curar minha frustração com bom humor, mas naquele momento eu estava topando qualquer coisa. Enquanto eu secava as mãos, as garotas continuaram a conversar comigo, e eu tentando sempre ser a mais simpática e agradável possível. Até que o sinal tocou e todas nós fomos para a sala juntas. Passando pela rampa, encontrei Thalita e Carol subindo com Rosenberg, ele sempre muito carinhoso abraçando-as e eu com a minha cara de tapada vendo tudo aquilo. Ainda bem que Bianca me acordou do transe, me avisando que tínhamos que ir para sala. Segui o conselho dela. Afinal, o que eu mais queria agora era me manter longe da dupla perfeita, do Black Roses seja lá como se chama isso e principalmente de Franco Rosenberg.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Desejos Impuros - Parte 12 - Conflitos e Pensamento

Inicialmente quando encostei a minha mão na de Franco não senti muita diferença, mas de qualquer forma eu queria que ele sentisse que eu estava criando confiança nele. Então no exato instante em que nossas mãos se tocaram não pensei em mais nada, deixei a mente livre para que este pudesse ouvir e ver o que ele quisesse. Ainda calmo, mas concentrado. Rosenberg apertou um pouco a minha mão e por fim usou o seu poder. Meu Deus, se eu não estivesse passando por aquela experiência talvez eu não acreditasse. A primeira imagem que veio em minha mente foi eu, Carol e Thalita chegando no pátio onde Rosenberg nos esperava. Também teve uma parte em que vi ele andando de um lado para o outro distraído, e por mais que me parecesse estranho, eu estava vendo tudo aquilo em preto e branco (escala de cinza) o que deixava a minha visão ainda mais confusa.

Rosenberg tentando ser o mais cuidadoso possível começou a explorar a minha rotina de hoje. Voltando todo o percurso que eu tinha feito até acordar. Era como se você sentasse em frente a uma televisão e começasse a rebobinar o vídeo cassete, vendo todo o filme de trás para frente. Senti até um pouco de tontura pelas imagens em preto e branco, mas não interferi no que Franco estava disposto a fazer. Então chegou a parte em que fomos transformadas, e então ele começou a ler meus pensamentos. Tudo o que eu havia pensado e sentido naquele exato momento em que havíamos o encontrado no parque abandonado agora ele podia ver e sentir também. Porém tinha algumas coisas que de fato eu temia que ele visse, como o ataque de ciúmes que eu tive quando o vi seduzindo Carol para torná-la inteiramente imortal.

Porém Franco não queria ficar só no tempo atual, ele foi ainda mais longe, passando com certa velocidade por lembranças minhas que nem eu mesma me lembrava mais, como: Meu aniversário de 1 aninho, o primeiro natal em que passei com a minha avó, meu primeiro dia no colégio, a festa de são João da 3ª série e assim foi, mais e mais lembranças passavam pela minha mente, um verdadeiro labirinto de recordações.

A sensação de ter alguém lendo a sua mente daquela forma era assustadora, era como ter alguém "passeando pela sua mente" e olhando tudo que queira sem pedir licença. Funçando lhe, invadindo lhe, explorando lhe. Você se sente estranho, com tontura e sem nenhum controle sobre seus pensamentos. Estes acabam sendo como uma onda de lembranças, inundando a sua cabeça, fazendo com que você fique ainda mais perdido e inconstante. Tudo estava indo bem até o momento em que de repente Franco voltou para o presente, para ser mais específica no meu primeiro dia de aula no Colégio Mackenzie, passando por toda a minha frustração de ser novata e o medo de não ser aceita. Durante toda essa experiência as minhas lembranças e imagens estavam um pouco distorcidas, eram tipo visões ou algo parecido, mas não me liguei muito nisso.

Novamente as imagens pulam, e fomos parar no primeiro dia de aula dele, o que me deixou incomodada. Eu pude ver o exato momento em que bati na porta e o vi pela primeira vez, foi paixão a primeira vista, eu sabia que eu queria aquele homem para sempre. Mas pensando que Franco Rosenberg poderia estar lendo meus pensamentos naquele instante, puxei a minha mão rapidamente da dele e a escondi. Franco que havia se desligado muito rápido de mim, fitou-me com olhos confusos e perguntou: "Por que fez isso?". Encarei-o e disse sem medo: "Não gosto que leem meus pensamentos, muito menos professores”.

terça-feira, 1 de março de 2011

Desejos Impuros - Parte 11 - Confie em Mim

No mesmo momento em que Rosenberg ficou naquele estado, estagnado no meio do pátio. Carol ficou gelada, como se um turbilhão de sonhos e pensamento passassem pela sua cabeça. De fato eu nunca tinha visto um aperto de mão durar tanto tempo, mas é claro que Franco não deixaria de vasculhar o seu passado. Afinal, ela havia o deixado entrar em sua mente por sua própria vontade. E tudo que lá existisse, uma história, um acontecimento ou uma mera lembrança o faria com que entendesse melhor aquela aluna tão polêmica e popular.

Quando terminou, Franco beijou levemente a mão de Carol, agradecendo toda a confiança concedida. Carol olhou para Franco, fascinada com o seu poder e disse: "de nada." - dando-lhe um lindo sorriso. Por fim Franco soltou a mão de Carol, e se voltou para mim e Thalita com um olhar misterioso, escolhendo qual seria a sua próxima vítima. Sinceramente, eu não gostaria de ser escolhida para tal sacrifício. Imagine que todos os seus maiores segredos, pensamentos e lembranças ficariam retidas na memória de um único homem, o seu Professor. Isso é quase um pesadelo. Mas só de pensar nele tocando em minha mão, e me olhando fixamente com aqueles lindos e sedutores olhos castanhos. O pesadelo seria bem recompensado.

Rosenberg se colocou a minha frente, e continuou pensativo. Talvez estivesse pensando se realmente deveria fazer aquilo comigo ou não. Carol pondo um fim em seu silêncio e pergunta: "Professor Rosenberg pretende ler a mente de Melina?". Franco olhou para mim com uma expressão ainda mais intensa e disse: "Se ela me permitir." Ainda sério este se curvou e estendeu a sua mão. Só pelo fato dele estar estendendo a sua mão pra mim, aquilo já havia me deixava toda derretida por ele, mas me mantive séria. Notando que eu estava parada e sem dar a mão. Rosenberg perguntou: "Está com medo?". Não respondi então ele continuou: "Melina eu só irei até onde a sua mente me deixar ir." Olhei para baixo, ainda com um pouco de medo, mas este acabou no exato momento em que Franco me olhou nos olhos e disse essas três palavras: "Confie em mim."

"Confie em mim", foi a melhor expressão que Franco Rosenberg poderia ter usado comigo naquele momento e óbvio que funcionou. Depois de ouvi-lo dizer tais palavras, coloquei a minha mão em cima da dele e deixei que me conduzisse a uma dança, aonde meus pensamentos poderiam bailar pelo salão e a música pudesse ser tudo de mais bonito que eu já tivesse ouvido em toda minha vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desejos Impuros - Parte 10 - As Rosas Negras

Quando Rosenberg terminou de falar, todas nós ficamos sem reação. Para ser sincera, eu não queria fazer parte de nada, eu só queria que as coisas voltassem a ser como eram antes, eu (Uma simples novata) e elas (As pop girls). Ser popular nunca foi a minha praia, sempre me mantive isolada de tudo e de todos, e sempre foi assim. Mas com essa maldição agora correndo em minhas veias, parecia que algumas coisas iriam mudar. Continuando o discurso: "Vocês são as minhas rosas negras, as quais terei o dever de cuidar, ensinar e proteger do mundo exterior. Se Vocês acham que o mundo mortal é complexo. O imortal é muito pior e não falo isso para assustá-las e sim para precavê-las. Vocês já devem ter passado pelo estágio 1, onde os recém-transformados ficam com algumas olheiras no rosto, os olhos ficam totalmente negros e sem nenhuma gota de sangue nas veias." - Eu e Carol logo olhamos para os nossos pulsos e percebemos que não havia uma gota de sangue. Nos olhamos assustadas, mas mantivemos a calma.

"Não se assustem. Esse é só o primeiro estágio. O terceiro é o estágio mais como posso dizer turbulento comparado aos outros. Vampiros recém-transformados costumam perder o controle facilmente sentindo o cheiro de sua presa. Que no nosso caso são os humanos, mas não se preocupem. Ninguém aqui vai morder ninguém, vocês apreenderam a controlar a sua sede por sangue humano. E em geral nos alimentaremos de animais. Caso vocês precisem de alguma coisa estarei sempre aqui para ajudá-las no que for necessário." Franco se calou e Carol levantou a mão, ele deu a permissão e ela perguntou: "Já que somos vampiras, temos poderes?" Rosenberg voltou o seu olhar para Carol e falou: "Vocês possuem poderes que só iram desvendar com o tempo, nem todos os vampiros possuem o sexto sentido. Quando nos tornamos vampiros todos os nossos cinco sentidos se tornam muito mais letais, possuímos super força, velocidade e sensibilidade ao que nos cerca. Já o sexto sentido, é algo mais psíquico. Que não escolhemos apenas o possuímos e nem sempre sabemos controlar”.

Carol sempre curiosa levantou a mão e perguntou: "O senhor possuí algum poder?" Rosenberg nos olhou com um sorriso debochado e respondeu: "Sim, possuo o poder de ler a mente das pessoas apenas com o toque da mão, mas não apenas ler. Possuo o poder de desvendar todos os seus maiores segredos, seus pensamentos, suas lembranças. Tudo o que você já viu, pensou e ouviu passará pra mim, e eu guardarei em minha mente, somente o que for essencial. Posso ler a sua mente Carol?" Ele gentilmente se curvou e estendeu a sua mão para Carol, ela sorriu para ele e deu a sua mão. Eu olhei para ambos, curiosa para ver o que aconteceria. Rosenberg ficou gelado, como se um turbilhão de coisas passassem pela sua mente e o que eu mais temia era que eu fosse a próxima a passar por essa Prova de Fogo.