segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desejos Impuros - Parte 16 - Dúvidas em Mente

"Agora com a transformação concluída não demoraria muito para que nós conhecêssemos o verdadeiro lado animal que os vampiros possuem, e era exatamente deste lado, sombrio e obscuro que eu estava com medo."

Depois daquela manhã cheia de conflitos e surpresas perto de Rosenberg. Fiquei deitada quietinha na minha cama, abraçando meu urso e olhando pra cima. Tecnicamente eu ainda era uma garota normal, agia como uma garota normal vivia como uma garota normal, mas não era isso que o meu aspecto físico dizia. Apesar de ainda morena eu estava um pouco mais clara, meus cabelos haviam crescido de uma maneira inexplicável, e havia outra coisa que me preocupava bastante, a temperatura do meu corpo. Com certo medo de que minha mãe acabasse notando que a minha temperatura estava muito baixa, peguei dois cobertores e me cobrir rapidamente. Depois disso, voltei a olhar pra cima e fiquei pensando, fomos transformadas em vampiras e até agora não sentimos vontade de beber sangue, alguma coisa está errada. Será que realmente somos vampiras?

Ao concluir essa pergunta meu pensamento se voltou a aquela terrível tarde no parque abandonado, onde uma simples curiosidade se tornou o meu pior pesadelo. Ainda pensativa cheguei a tocar no meu pulso, aonde Rosenberg havia mordido. Aparentemente neste não havia nada de anormal, a ferida já havia desaparecido após a transformação. Mas tudo o que havia acontecido conosco, a mordida, a transformação... O que iriamos fazer a partir dali? Tentei me lembrar do discurso que Franco Rosenberg havia dado para nós mais cedo no pátio, mas nenhuma palavra me veio à cabeça. Então comecei a acariciar o meu cabelo, pensando em qual seria o meu destino dali para frente. Afinal, Franco não nos deixaria recém-transformadas sem nenhuma instrução. Mas tentar lembrar-se do que aconteceu naquela manhã ao mesmo tempo em que era maravilhoso, também era muito confuso e doloroso pra mim. Lá no fundo eu tinha medo, medo de me tornar um ser do mal, medo de perder o controle e atacar a todos incluindo as pessoas que amo.

Respirei fundo, passei a mão na cabeça e chamei seu nome: "Rosenberg." Arfei meio confusa e perdida. Eu não sabia o que fazer, mas de alguma forma já sabia o que esperar. Bocejei e pus uma cara de espanto, afinal eu estava com sono e pelo eu que sei vampiros não dormem. Sentei na cama e disse pra mim mesma: "Tem alguma coisa errada." Voltei a deitar, me agarrei ao travesseiro e tentei me preocupar menos com isso. Aliás, só tínhamos um dia de vampirismo, o que poderia acontecer de ruim? Logo após a este breve comentário, fechei meus olhos e adormeci.

Na maioria dos meus sonhos eu sempre procurava por ele, Franco. Eu não sei por que, mas ele sempre me trouxe tranquilidade e paz. Ele me dava apoio, coragem, e ao mesmo tempo luz e escuridão. Chega até ser estranho gostar de alguém assim, mas eu amava Franco Rosenberg. Queria poder tirá-lo da minha cabeça, mas o que eu faço com o meu coração? Quantas vezes eu morri de vontade de tocar em seu rosto e dizer a verdade, porém eu não sabia como ele iria reagir, temo a rejeição, também temo o descaso. Entre essas consequências, prefiro manter o meu amor em mais profundo silêncio até que chegue o momento certo. O exato momento onde o seu coração baterá junto com o meu e eu não estarei dizendo: "Eu te amo" sozinha.